Publicado em: 01/05/2020 |
Em memória de todos aqueles homens e mulheres que literalmente deram suas vidas em nome da dignidade no trabalho!
Direitos básicos que temos hoje que parecem tão lógicos e necessários para a vida do trabalhador, nem sempre foram um direito. O 1º de Maio é o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores.
Ao contrário do que se diz, o 1° de maio não é o dia do trabalho, um feriado festivo, onde patrões e operários confraternizam. Sua origem está na luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho. No século XIX, início do século XX, era de 16, 14, 12 horas de trabalho diárias. Sem direito a descanso remunerado, sem direito a férias, aposentadoria, seguro acidente ou seguro doença. Com o surgimento em 1864 a Associação Internacional dos Trabalhadores, a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias se tornou a principal bandeira da classe operária mundial.
Assim, trabalhadores norte-americanos, aprovaram a greve geral, onde teve grande repercussão e muitos patrões cederam as suas reivindicações e reduziram a jornada de trabalho, porém, Chicago, que era a segunda maior cidade dos EUA, houve um grave confronto. Já dias antes, a chamada livre imprensa colocou-se a serviço dos patrões e nos dias que antecederam a greve, o Chicago Times, por exemplo, dizia: “A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo”.
Logo nos dias que sucederam o 1º de maio, a greve atingiu níveis inimagináveis e confrontos foram se deflagrando por toda a cidade, trabalhadores foram atacados com grande violência pela polícia. Foram mortos e feridos dezenas deles.
Não satisfeitos, patrões exigiram o julgamento e condenação dos lideres deste movimento e uma farsa jurídica foi montada, condenando sete homens a morte e um a 15 anos de prisão.
Em 1981, em Bruxelas foi aprovado pelo congresso que esta data seria marcada como o dia de luta dos trabalhadores de todos os países, com caráter de afirmação de luta de classes e reivindicação de oito horas de trabalho. Os anos que sucederam, a data foi marcada por greves, manifestações, choques com a polícia, e não era feriado.
Preocupados com isso, burgueses da época decidiram que o melhor caminho seria tirar este caráter de luta revolucionária do 1° de maio. E procuraram, nos diversos países, transformar em feriado, que denominaram Dia do Trabalho e desta forma, procurar que estas mobilizações que se davam com grande combatividade fossem transformadas em meras festas.
No Brasil a primeira comemoração com protestos ocorreu em 1892, em Porto Alegre e em 1º de Maio de 1950, o guerreiro Ferroviário Osvaldinho Correia com mais dois companheiros foram mortos, um ficou paraplégico e outros 3 foram baleados na luta pela reabertura da União Operária de Rio Grande, que havia sido fechada oito meses antes pelo ministro da Justiça.
Por isso amigos, esta data deve ser sempre honrada e lembrada em nome daqueles que deram suas vidas para termos o mínimo de dignidade nesta tarefa árdua de levar o sustento à nossas famílias, vejam que nem tudo são flores, mas a força estará sempre na mão dos trabalhadores!
Não nos calemos e nem nos acovardemos frente a constante afronta aos nossos direitos e ameaças de nossos patrões!!